Viajar para Cuba é como realizar uma ideia longínqua, uma
possibilidade, um «talvez um dia». No entanto, a chegada a este país insular e
tudo o que passa a ser também um pouco nosso quando viajamos, há-se ser
sempre uma incógnita, um segredo a desvendar.
Sentimos constantes antónimos na interacção com o país, com as pessoas. Este é o lugar onde as curiosidades são prementes e onde as constatações nos continuarão a faltar.
La Habana |
Plaza de La Revolución, La Habana |
A experiência de andar num táxi compartido, onde entram e saem pessoas do quotidiano a cada 2 minutos. Carro dos anos 50 orgulhosamente mantido das mais diversas formas, onde o improviso é rei. “Cierra la suave” – dizem-nos sempre que entras num Plymouth americano dos anos 50.
La Habana |
Um destino altamente seguro onde acredito só um acaso te colocará numa situação de risco - “En Cuba, el único peligro es bailar Salsa.”
A música transpira nos poros desta ilha e os instrumentos aqui enobrecem melhor do que qualquer outra coisa a natureza daquela gente, sempre que emitem um som, uma nota.
El Malecón, La Habana |
Playa Ancón |
Trinidad |
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A Capital, 1968.
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Tens o dever livre de aproveitá-la.»
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Afinal de contas... perder-se também é caminho!
De um Amor Morto De um amor morto fica Um pesado tempo quotidiano Onde os gestos se esbarram Ao longo do ano De um amor morto não fica Nenhuma memória O passado se rende O presente o devora E os navios do tempo Agudos e lentos O levam embora Pois um amor morto não deixa Em nós seu retrato De infinita demora É apenas um facto Que a eternidade ignora Sophia de Mello Breyner Andresen
E não meças
O que podias dar e receber.
Fecha a própria riqueza do teu ser.
Um de nós era a mais
À lírica janela...
Olharam-se os zagais,
Mas não houve novela.
A vida assim o quis,
A vida sem amor.
Não regues a raiz
Do que não teve flor.»
Miguel Torga
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«De aquellos azahares
desatados
por la luz de la luna,
de aquel
olor de amor
exasperado,
hundido en la fragancia
salió
del limonero el amarillo,
desde su planetario
bajaron a la tierra los limones.
¡Tierna mercadería!
Se llenaron las costas,
los mercados,
de luz, de oro
silvestre,
y abrimos
dos mitades
de milagro,
ácido congelado
que corría
desde los hemisferios
de una estrella,
y el licor más profundo
de la naturaleza,
intransferible, vivo,
irreductible
nació de la frescura
del limón,
de su casa fragante,
de su ácida, secreta simetría.
En el limón cortaron
los cuchillos
una pequeña
catedral,
el ábside escondido
abrió a la luz los ácidos vitrales
y en gotas
resbalaron los topacios,
los altares,
la fresca arquitectura.
Así, cuando tu mano
empuña el hemisferio
del cortado
limón sobre tu plato
un universo de oro
derramaste,
una
copa amarilla
con milagros,
uno de los pezones olorosos
del pecho de la tierra,
el rayo de la luz que se hizo fruta,
el fuego diminuto de un planeta.»
Pablo Neruda
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