É um sem mar de apertos
Um vai e vem de quereres, de esperas e anseios
O sol aqui bate de frente, beija-te a cara. É forte, vivo e quente.
O único vizinho que tenho é o tempo, aquele que passa e traz promessas.
Luto contra a apatia disfarçada do povo e continuo o caminho que me trouxe até aqui, na esperança que este me leve a outros lugares e a outras viagens.
Tudo valerá a pena, até no ponto mais recôndito do mapa, até na mais vulgar prova de amor.
Acredito na valência de uma aposta. Esta aposta veloz que procuro todos os dias encontrar nas palavras que escolho e nas atitudes que naturalmente espelham quem sou.
Procurando ser sempre melhor, aprendendo todos os dias com o pormenor que tão frequentemente nos escapa entre dedos.
Quero percorrer caminhos que me abram portas para a cultura e para o rosto; para a partilha e para o sorriso.
No entanto, é também com essa descoberta que quero voltar, trazendo comigo e para o meu lugar, riquezas inimaginavelmente precisas para saldar o preconceito, a ignorância e o marasmo que nos mina e limita.

Pensa só naquilo que importa
Mas no final, o que sobra?
Se ela quer sem querer
Se sente sem sentir
Se teme sem temer
Hoje sim, amanhã não
Vamos, prossegue!
Vá lá, insiste!
Mostra a força que tens
Mostra ao que vens
Tu que és limpa
Contra esses corpos imundos!
Num chão que só a eles pertence...
E onde tudo os vence
Ai, este vai e vem
Este barulho
Flor da pele
Aperto e nó
Sem chão
Uma só mão.

   

    "Eu nasci no celeiro da arte, 
     no berço mineiro, 
     sou do campo da serra, 
     onde impera o minério de ferro...
     Eu carrego comigo no sangue, 
     um dom verdadeiro, 
     de cantar melodias de Minas, 
     no Brasil inteiro...
     Sou das Minas de ouro, 
     das montanhas Gerais,
     eu sou filha dos montes, 
     das estradas reais...
     Meu caminho primeiro, 
     vi brotar dessa fonte, 
     sou do seio de Minas, 
     nesse estado um diamante..."
     
     Seio de Minas
     Paula Fernandes