Os meus dias têm horas a mais.
Horas dispersas,
horas sem horas,
horas vazias...

Quero que as horas dos meus dias sejam mil.
Mil horas de tudo!

Horas que rasguem dias,
com prazer,
com folia.

Quero horas que me dêem coisas.
Que me 'devolvam' o que não fui,
mas que ainda quero ser!

Está na hora?
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"Contente de me dar como as gaivotas
bebo o Outono e a tarde arrefecida.
Perfeito o céu, perfeito o mar, e este amor
por mais que digam é perfeito como a vida.

Tenho tristezas como toda a gente.
E como toda a gente quero alegria.
Mas hoje sou dum céu que tem gaivotas,
leve o diabo essa morte dia a dia."

Eugénio de Andrade, Com as gaivotas
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Enchamos o peito de vez em quando...

Deixemo-nos de pessimismos e comodismos!

Acreditemos!
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Itália emprestou-me imagens de encantar
Sabores...
Resquícios de momentos,
Afectos seguros
e a certeza... de que é a conhecer o mundo,
que nos tornamos pessoas felizes!
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Em troca... deixei-lhe sorrisos sem fim.

Gosto de me ter nesta tela de impropérios.

Luto contra o abstracto dos dias, sempre que estou
perto
e dentro.

Olho para os que não negam.
Sigo a rigor os seus passos...

E sonho deixar de ver quem nos tinge hoje e todos os dias!
Esses... que se regem por uma falta de firmeza capaz de borrar toda e qualquer obra de arte.
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Sempre que a encontro,
fica a vontade de ser dela por uns tempos...

Había luces de Navidad en la playa y un belén de arena
Había papas arrugadas y ron
Había una isla




Não dispendam tempo assistindo
Não se deixem tocar pela voz e pelas palavras de quem narra
Não tentem entender
Não sejam críticos nem activos

Continuem a traçar o mesmo caminho de sempre
Não arranquem nunca a venda que trazem cosida ao rosto

Parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=uf8Nt759-y0

A culpa é das cores
dos retratos
e das palavras.

A ansiedade não me larga...
e a vontade de tudo ter também não.
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Carminho. 24 anos. Fadista. Primeiro álbum.
Estou inexplicavelmente deslumbrada com tudo quanto tenho descoberto.
Tudo quanto
leio
ouço
e sinto...
A voz é poderosa e cheia de pózinhos de tudo quanto o Fado representa.
Mais ainda... ela revela-nos um Fado
Forte mas fresco.
Profundo mas leve.
Vale a pena ouvir a "Voltar a Ser" e dar por mim, entusiasta, a acompanhá-la de peito cheio.
Venho com um atraso de um mês, altura em que a encontrei a tertuliar com o José Fialho Gouveia no Bairro Alto.

Estou deliciada e quero que saibam.
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Vamos todos ter coragem de ser.
Ser sem ter de buscar em coisas, motivos que camuflem o que não temos, o que não demos..
Tentemos ser por nós mesmos o que vemos por utópico.
Nós somos tudo quando parte de dentro.
Vontade.
Garra.
A gana de abrir bem os olhos, levantar bem a cabeça e, ainda assim... sonhar.
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Quando os cheiros nos devolvem
pessoas
retratos
instantes.
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Como é difícil crescer em nós uma sensibilidade ímpar, capaz de colocar para trás das costas a ambição do ter.
É difícil lutar pela fuga do que é material para escolhermos o que realmente nos faz feliz.
Mas ainda há quem, na simplicidade do seu ser, o consiga!
A vontade de não ser o que se entende por melhor ao nosso redor, deixa de ser difícil quando conseguimos ver, claramente, o que realmente importa.
Dentro de um mundo cheio de nada, há quem nunca se desligue da genuinidade das coisas.

Fernando Pessoa, pintura de Júlio Pomar
Encontrei-me com Júlio Pomar na Câmara Clara numa daquelas vezes em que nada satisfaz.
Permaneci ali para ligar pontas soltas e para registar um rosto.

Como é grande a sabedoria das palavras de quem viveu da arte toda uma vida...
Pintando, ilustrando, escrevendo.

É nestes pedaços que a minha sensibilidade me cobra por um conhecimento que não tenho.
Mas a virtude está em não fecharmos portas.
Deixando entrar todos os dias o que nos falta!

E partir numa procura sem fim. Querendo tudo.

Sonhamos fragmentos de memória que o nosso inconsciente se encarrega de transformar em guião incoerente.

Angústia
Dor
Felicidade
Utopia

Sonhamos pedaços de tudo e de nada.
Porque o Mestre do Sonho, que é astuto, vai fazer passar o slide quando tudo o que queremos é dormir.
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Absolutamente imperdível!
Foram minutos de autêntico prazer... de descoberta plena onde jurei fidelidade eterna!

No meu campo de visão estava ela, a cor do violoncelo, a presença do saxofone e o negro do piano.
Flutuei...

@CCC Caldas da Rainha, 23 Abril 09

Arrumei-me no que chamam sociedade dos dias de hoje.
Faço o que devo.
Sorrio.
Choro.
Como.
Durmo.
Partilho.
E sou, de facto, verdadeiramente assim.
Camuflo os meus sonhos mas continuo a seguir-lhes o rasto.
Porque no mapa do tesouro que trago comigo existem barras de ouro espalhadas pelo caminho e pedras preciosas escondidas.
Só porque não quero encontrar o tesouro da minha vida no baú que todos já conhecem,
Eu alcanço as coisas em pedaços, em etapas, em momentos.
Quero ser feliz em cada pérola que encontrar.
Cada uma no seu tempo.
Cada uma no seu lugar.

Madrid deixou que fossemos dela por uns dias.
Com sol, muito sol.
Com artistas de rua.
Com o Chema.
Com sorrisos.

O Memória de Elefante de cara lavada.
Aprovado?

É que senti saudades...
--

Faz hoje um ano que me despedi da ilha bonita.

As suas melodias são bolas de sabão sopradas com gestos a condizer.
Ela é a tal dos sapatos vermelhos...!

É quando nos sentimos longe. E perto.
Certos de que tudo faz sentido e detentores de uma vida perfeita... que seguimos querendo mais.

E é nesse querer que mostramos o quão completos somos.
Bem resolvidos e felizes.
Em harmonia!
Mas humildes ao ponto de sabermos o que ainda nos falta:
Janelas e mais janelas...

"Posso ter defeitos, viver ansioso
e ficar irritado algumas vezes mas
não esqueço de que minha vida é a
maior empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos os
desafios, incompreensões e períodos
de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor
da própria história. É atravessar
desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da
sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã
pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma
crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…


Muitos filmes dentro de um filme só.
Amei.

Eis senão quando surge a oportunidade de, em duas semanas e picos, estabelecer uma relação de amor/ódio com um collant «à venda na sua farmácia».

«Este é um produto com efeitos terapêuticos para quem sofre de mazelas no pernil blá blá blá».

GPS a postos – «o seu plano de viagem está a ser calculado» – e lá ia eu sem saber para onde… à mercê do meu novo amigo de voz grossa e charmosa.
Depois era só subir ao palanque e com altifalante em punho fazer o que sei de pior:
- «Olhó collant bom e fresquinho!
Vá lá mulherada que ainda leva brinde!»

Ao longo destes dias ganhei inimizades, olhares travessos e sorrisos de esguelha do tipo «já gastei o pilim todo este mês… pela tua saudinha deixa-te estar aí quietinha…»

Intimidante, não é?

O importante é que sobrevivi e fui aprendendo umas quantas coisas sobre qual a melhor maneira de "acartar" um expositor sem riscar os muy nobre pisos dos centros comerciais ou então… como não deixar o carro ir abaixo em pleno pára-arranca da A5.

Enfim… o tipo de coisas oportunamente importantes para o meu ainda jovem percurso profissional.